Esse paradoxo até parece com o
conhecido adágio “nada se cria, tudo se
copia, nada se perde, tudo se transforma”, porém não é bem assim. Existem
sim criações, como também existem cópias, aperfeiçoamentos e descobertas. Mas a
minha intenção em lançar esse paradoxo é despertar sua atenção para diferenciar
um modismo de algo realmente inovador, sem entrar no mérito conceitual de
inovação – até mesmo porque há muita divergência e modismo sobre o assunto.
Primeiramente, para evitarmos
desentendimentos na comunicação é importante que nivelemos conceitos. Neste
caso o significado de modismo é o que está na moda, ou uma jogada de marketing,
podendo ser algo efêmero ou não. Normalmente são nomenclaturas diferentes que
surgem, mas que, em essência, são isomorfas.
Esporadicamente possuem até significados
diferentes, mas são utilizadas análoga e equivocadamente.
Eis
alguns exemplos de ferramentas e métodos gerenciais e operacionais que, em
alguns casos, surgem na forma de estrangeirismos:
v Just In Time – Sistema Puxado, Pull System, Sistema
Kanban.
v Manutenção
Lean – TPM, Manutenção autônoma.
v Programa 5S
– Produção mais limpa, P+L, Housekeeping.
v Recurso à
prova de falhas – Fool Proof, Poka Yoke, Error Proffing, Jidoka, Autonomação.
v Melhoria
Contínua – Kaizen, PDCA.
v Mentalidade Enxuta – Lean Thinking, WCM, Toyota
Production System.
v Yokoten – Benchmarking.
v Kata – Padrão, rotina, procedimento.
v Setup
Rápido – Troca Rápida de Ferramentas, SMED.
Portanto, antes de você concluir
que está enveredando no viés da inovação, pergunte-se: qual é a essência desta
ferramenta, ou filofia, projeto, programa, etc? Será que já não possuímos algo
equivalente?
Considero a mudança, na maioria das
vezes, necessária, não obstante recomendo às organizações que antes de
embarcarem em um modismo deveriam gastar mais energia reforçando a mudança
recém-efetuada.
Julio Cesar Gravito de Oliveira
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